1965 - 2016
♢   Minimalismo

A palavra minimalismo se refere a uma série de movimentos artísticos, culturais e científicos que percorreram diversos momentos do século XX e preocuparam-se em fazer uso de poucos elementos fundamentais como base de expressão. Os movimentos minimalistas tiveram grande influência nas artes visuais, no design, na música e na própria tecnologia. O termo pode ser usado para descrever as peças de Samuel Beckett, os filmes de Robert Bresson, os contos de Raymond Carver, os projetos automobilísticos de Colin Chapman e até mesmo a linha teórica adotada pela gramática gerativa desde o fim do século XX. Primeiramente a decomposição e recomposição formal em que os maiores contribuintes foram provavelmente os construtivistas russos e o escultor Constantin Brâncuşi. Os construtivistas, através da experimentação formal, procuravam uma linguagem universal da arte, passível de ser absorvida por toda a humanidade. Durante a primeira fase da Revolução Russa, este novo projeto de arte foi considerado matéria de Estado: a criação de uma sociedade de vanguarda dependeria de uma cultura de vanguarda. Este projeto também pode ter ido de encontro às necessidades de rápida industrialização do país. O trabalho de Brâncuşi envolvia muito mais a busca de uma pureza da forma e abria caminho para as várias abstrações que estariam por vir, como o minimalismo.



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♢   Arte conceitual

A arte conceptual ou arte conceitual foi iniciada nos anos 60 do século XX (1965); prevaleceu pela década de 70 o que implicou uma remodelação dos processos criativos e expressivos. Nesta arte valoriza-se mais a ideia da obra do que o produto acabado, sendo que às vezes este (produto) nem mesmo precisa de existir. É bastante expressada através de fotografias, vídeos, mapas, textos escritos e performances. Não existem limites muito bem definidos para que uma obra seja considerada Arte Conceptual já que esta abrange vários aspectos tendo como intenção desafiar as pessoas a interpretar uma ideia, um conceito, uma crítica ou uma denúncia. O objetivo é que o observador reflita sobre o ambiente, a violência, o consumo e a sociedade. Esta arte é vivenciada por todos os observadores do mesmo modo ou seja, ela não possui nenhuma singularidade aos olhos de quem a vê. Esta perspectiva artística teve os seus inícios em meados da década de 1960, parcialmente em reação ao formalismo, sendo depois sistematizada pelo crítico nova-iorquino Clement Greenberg. Contudo, já a obra do artista francês Marcel Duchamp, nas décadas de 1950 tinha prenunciado o movimento conceitualista, ao propor vários exemplos de trabalhos que se tornariam o protótipo das obras conceptuais, como os readymades, ao desafiar qualquer tipo de categorização, colocando-se mesmo a questão de não serem objetos artísticos. A arte conceitual recorre frequentemente ao uso de fotografias, mapas e textos escritos (como definições de dicionário). Em alguns casos, como no de Sol Lewitt, Yoko Ono e Lawrence Weiner, reduz-se a um conjunto de instruções escritas que descrevem a obra, sem que esta se realize de fato, dando ênfase à ideia no lugar do artefato. Alguns artistas tentam, também, desta forma, mostrar a sua recusa em produzir objectos de luxo - função geralmente ligada à ideia tradicional de arte - como os que podemos ver em museus. O movimento estendeu-se, aproximadamente, de 1967 a 1978. Foi muito influente, contudo, na obra de artistas subsequentes, como no caso de Mike Kelley ou Tracy Emin que são por vezes referidos como conceptualistas da segunda ou terceira geração, ou pós-conceptualistas.



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♢   Body Art

A Body Art (arte do corpo), é uma tendência artística contemporânea que surgiu na década de 60, nos Estados Unidos e na Europa, sendo sua principal caraterística o uso do corpo como suporte e intervenção para a realização do trabalho artístico. Dessa maneira, o corpo humano (seja do artista ou de um modelo) passa a ser a “tela” (daí aproximação com a “body paint”, ou pintura corporal), bem como o comunicador de ideias, ou seja, o mais importante veiculador em que o artista vai explorar sua "obra viva". Para muitos estudiosos sobre o tema, a body art é uma vertente da arte contemporânea e seu precursor foi Marcel Duchamp (1887-1968) ao questionar os limites do conceito e o modo de fazer arte, dando início a reflexão sobre a "arte conceitual" bem como a relação do sujeito com o mundo. Dessa forma, os artistas contemporâneos ultrapassam os limites da tela e do conceito de arte ao propor uma nova forma de expressão artística em detrimento das tradicionais pinturas e esculturas. Se pensarmos na arte de pintar o corpo, constata-se que esse processo é tão antigo quanto a cultura humana, de forma que em sociedades primitivas era comum utilizar tintas para cobrir o corpo com sinais, que muitas vezes, ultrapassavam a questão de “adornar”, posto que em algumas culturas, os traços que cada um carregava pressupunha hierarquia, festividades típicas, passagem de ciclo, etc. Foi dessa forma que a arte do corpo ou a body art surgiu, primeiramente como ritual religioso ou marca cultural para designar determinada pessoa no grupo e, mais tarde, como forma artística propriamente dita. Dessa maneira, importante notar que a body arte passou por diversas transformações até chegar no século XXI como uma das tendências mais exploradas, tal qual a tatuagem. Em resumo, antes ela surgia como uma necessidade de cultivar a crença e os rituais, e atualmente, como forma de explorar artisticamente a mais importante identidade humana: o corpo.



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♢   Hiper-realismo

Fotorrealismo ou Hiper-Realismo pode ser considerado um estilo de arte, que se comunica e expõe através da pintura e também da escultura. O termo mostra a definição minuciosa dos detalhes, o que transforma a obra em algo mais nítido e rico em características, e que se assemelham a realidade. Pela semelhança tamanha a uma fotografia, o Fotorrealismo pode causar reações paradoxais, tal qual de tão perfeito, não pode ser real. As primeiras impressões do Fotorrealismo se deram em meados dos anos 1970. A princípio nos Estados Unidos e Inglaterra. O termo se familiariza com a Arte Contemporânea, pois a mesma é a fonte de inspiração para o fotorrealismo. Ainda em 1970, a exposição 22 Realistas, no Whitney Museum de Nova York marca a divulgação desta vertente ao público. O Fotorealismo pinta quadros que se parecem com fotografias. O detalhe é que a base da pintura é uma foto. A característica deste tipo de arte é ampliar a foto, algo parecido com o movimento da Pop Art da década de 60, que teve como ícone Andy Warhol e a intermitente crítica a cultura massiva. Junto com a ampliação, havia a iluminação previamente preparada, deixando refletir luzes naturais e raios artificiais, os quais transferem uma grandeza de detalhes e qualidade enormes. Em resumo aos pontos relevantes do Fotorealismo, pontuamos: a prioridade dos temas reais (como paisagens e pessoas), utilização de fotografias e alto índice de precisão dos detalhes (textura, luz, brilho e sombra). Além da utilização de cores e combinações, com apelo mais realista possível. A técnica do Fotorealismo baseia-se em Trompe-l’oeil, com a utilização da perspectiva e ilusão de ótica, é possível acentuar formas inexistentes e precisar mais detalhes e a Airbrush (aerografia), a qual utiliza uma ferramenta interligada a um compressor, que produz jato de tinta e preenche a figura. No âmbito da pintura, pode-se destacar artistas como, o pintor espanhol Diego Velázquez, um dos pioneiros Howard Kanovitz, os americanos Duane Hanson, Chuck Close, além de Richard Estes, George Segal, David Hockney e Franz Gertsch. Os escultores precursores do fotorealismo foram Jorge Melício, John De Andréa e Ron Mueck. Esculturas famosas do Fotorealismo de Duane Hanson, datada em 1970, Turistas e Supermarket Lady. E de Jonh De Andréa, 1941, com suas figuras nuas. Algumas pinturas que marcaram a época foram, John Salt, cem 1972 com sua obra Ford Preto num Campo. Além de David Hockney com as telas A Bigger Splash, 1967 e Sr. e Sra. Clark e Percy.



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♢   Videoarte

Surgiu na década de sessenta, como meio artístico, num contexto no qual os artistas procuravam uma arte contrária à comercial. O surgimento deste tipo de linguagem na arte está intimamente associado com as inovaçãoes tecnológicas, assim, o ano 1974 ficaria marcado com o lançamento da primeira câmera portátil de gravação de vídeo: a Portapack, da Sony. Entre seus princípios está a crítica à televisão a reconfiguração de sua linguagem. Através dos trabalhos de integrantes do grupo Fluxus, e pioneiros como Nam June Paik e o alemão Wolf Vostell. Antes disso, o vídeo era usado apenas para fins comerciais, como para a televisão e treinamento em empresas. Seu início foi marcado pelo alto preço dos equipamentos o que limitou essa linguagem a artistas de países desenvolvidos, onde o acesso à tecnologia era menos custoso. Os artistas do Fluxus procuraram, através dos novos suportes audiovisuais, criar uma espécie de “contra-televisão” e justamente fazer uma crítica aos ideais desse meio e dos modelos comerciais da época, subvertendo seu uso mais freqüente. Foi com as câmeras usadas no exército americano que Bill Viola começou suas experimentações video-artísticas. Originalmente um escultor, seus trabalhos permeiam o universo do zen e contém temas como água- sonho- vida- morte. Tratou-se de forçar a tecnologia a trabalhar ao subjetivo, criando uma tensão tal que abriga-se o fechar-se numa abstração total.



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♢   Happening

O happening (traduzido do inglês, "acontecimento") é uma forma de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaneidade ou improvisação, que nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação. Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador. Para o compositor John Cage, os happenings eram "eventos teatrais espontâneos e sem trama". O termo happening, como categoria artística, foi utilizado pela primeira vez pelo artista Allan Kaprow, em 1959. Como evento artístico, acontecia em ambientes diversos, geralmente fora de museus e galerias, nunca preparados previamente para esse fim.



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♢   Arte povera

Arte povera (pronuncia-se arte póvera; em português "arte pobre") foi uma expressão criada pelo crítico e curador italiano Germano Celant, para referir-se ao movimento artístico que se desenvolveu originalmente na segunda metade da década de 1960 na Itália. Os seus adeptos utilizavam materiais de pintura (ou outras expressões plásticas não convencionais, como por exemplo areia, madeira, sacos, jornais, cordas, feltro, terra e trapos) com o intuito de "empobrecer" a obra de arte, reduzindo os seus artifícios e eliminando barreiras entre a Arte e o quotidiano das sociedades. O movimento artístico desenvolveu-se ao longo da década de 1970, período em que os artistas voltaram a sua atenção para as temáticas da natureza e seus derivados, rompendo com os processos industriais e revelando a sua critica ao empobrecimento de uma sociedade guiada pelo acúmulo de riquezas materiais.



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♢   Arte urbana

A princípio, um movimento underground, a street art foi gradativamente se constituindo como forma do fazer artístico, abrangendo várias modalidades de grafismos - algumas vezes muito ricos em detalhes, que vão do Graffiti ao Estêncil, passando por stickers, cartazes lambe-lambe (também chamados poster-bombs), intervenções, instalações, flash mob, entre outras. São formas de pessoas sozinhas, expressarem os seus sentimentos através de desenhos. A expressão Arte Urbana surge inicialmente associada aos pré-urbanistas culturalistas como John Ruskin ou William Morris e posteriormente ao urbanismo culturalista de Camillo Sitte e Ebenezer Howard (designação "culturalista" tem o cunho de Françoise Choay). O termo era usado (em sentido lato) para identificar o "refinamento" de determinados traços executados pelos urbanistas ao "desenharem" a cidade. Da necessidade de flexibilidade no desenhar da cidade surgiu a figura dos planos­­ de gestão. Este facto fez cair em desuso o termo Arte Urbana, ficando a relação entre Arte e cidade confinada durante anos à expressão Arte Pública. Dada a dificuldade de enquadramento das inscrições murais feitas à revelia das autoridades e proprietários no conceito de arte pública, assiste-se a um ressurgimento da designação de "Arte Urbana" que passou a incluir todo o tipo de expressões criativas no espaço colectivo. Esta designação adquiriu assim um novo significado e pretende identificar a Arte que se faz no contexto Urbano à margem das instituições públicas. Além do grafite, a Arte Urbana também inclui estátuas vivas, músicos, malabaristas, palhaços e teatros. Poucos veículos são voltados exclusivamente para esse tipo de arte. O blog Arte Urbana, por exemplo, retrata o dia a dia dessas pessoas em forma de crônicas. Também existem projetos de livros e sites para a arte urbana brasileira. O primeiro site foi lançado no final de 2011. O Blog Arte Viralata também retrata a realidade do mundo da arte urbana e fornece releases de artistas brasileiros desse estilo.



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♢   Grafito

Normalmente distingue-se o grafite, de elaboração mais complexa, da simples pichação, quase sempre considerada como contravenção. No entanto, muitos grafiteiros respeitáveis, como Os gemeos, autores de importantes trabalhos em várias paredes do mundo, aí incluída a grande fachada da Tate Modern de Londres, admitem ter um passado de pichadores. Na língua inglesa, contudo, usa-se o termo graffiti para ambas as expressões. A partir do movimento contracultural de maio de 1968, quando os muros de Paris foram suporte para inscrições de caráter poético-político, a prática do grafite generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos, tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de tags repetidas ad nauseam, como uma espécie de demarcação de território, até grandes murais executados em espaços especialmente designados para tal, ganhando status de verdadeiras obras de arte. Os grafites podem também estar associados a diferentes movimentos e tribos urbanas, como o hip-hop, e a variados graus de transgressão. Dentre os grafiteiros, talvez o mais célebre seja Jean-Michel Basquiat, que, no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Posteriormente Basquiat ganhou o rótulo de neo-expressionista e foi reconhecido como um dos mais significativos artistas do final do século XX. Atualmente no século XXI, muitas pessoas usam o grafite como arte em museus de arte.